sexta-feira, 21 de agosto de 2009

K

nocturno

No caminho do lobo,
encostado ao muro,
sigo as pegadas musgosas,
quase feéricas,
fétidas,
de velhos sonhos da floresta.
Em certas noites,
(dizia-se)
abriam-se atalhos,
a Lua descorava
num festim de gloriosas
chuvas áureas.
Arfo entre dois pontos,
suspiro àquela mata,
que recorda tempos
de fantasias lerdas,
de juízos malfadados,
de intrusões malditas.
Os meus passos suam
soluçam,
suspiram
restos de vinganças,
os meus olhos vêem
garupas escoriadas,
visões almoádas
(de quando o califa imperava),
os meus ouvidos ouvem
rezas há muito esquecidas,
um tropel de imprecações;
os tempos alvorecem
na minha frente...
na busca do dia.

{Ditei-te estas palavras...}

(imagem retirada da net, pormenor de
"Noite estrelada" de van Gogh)





































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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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