segunda-feira, 7 de setembro de 2009

K

Caronte

Devia de ter deixado as mãos
cumprirem o seu destino:
uma e outra falando,
dizendo à morte
o nada da sua vinda.
Subi, pois,
ao poço da viagem,
entre dois mastros vazios,
dois remos sucumbindo;
zarpámos:
Caronte a esmo
sorria em vago tango
de aluguer,
a Lua fugira de soslaio,
o vento sereno e negro,
mergulhei, suave, a mão
nas águas apagadas,
no trecho de um fado
vadio
em voz de desalento
fugaz
(...)
(querem débil, o meu clamor...)














(imagem retirada da net)

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2 Comentários:

Blogger Paula Raposo disse...

Um belo poema! Uma foto linda escolhida! Muitos beijos.

segunda-feira, 07 setembro, 2009  
Blogger maré disse...

o barqueiro que nos leva a alma entre dois mastros vazios.

e a lua
a cumprir o seu destino

duas mãos
em desalento
no breve trecho de um fado

_____
um beijo Jaime
gostei muito
obrigado!

terça-feira, 08 setembro, 2009  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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