sexta-feira, 26 de agosto de 2016

K

cor

A cor púrpura desliza,
na fronteira,
na mistura baça
da madrugada
que antecede a lâmina.
Espera-se a alva, 
o silvar,
o zunido cego,
já.
A luz espraia-se,
há um humor pétreo,
uma quase-cascata
que impera
precipitando-se
sobre os velhos arrozais,
migalhas de um Oriente
ao dobrar da esquina.
É a cor púrpura,
que a tudo remete,
que a tudo destina,
é a cor púrpura 
que aponta 
para lá do Ser,
para lá da Visão
e do Conhecimento.
Virtude primitiva
de um caminho
a que se chama hoje
consciência,
saber até.

Haverá
uma cor 
púrpura bastante,
que envolva
que cubra
que [nos] tape, até?

Regra de busca,
de regresso,
redenção última,
alento fugaz.

(foto do autor 
obtida com telemóvel)

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2 Comentários:

Blogger Graça Pires disse...

Dos aromas de urze e alfazema. Da cor púrpura. Dos afectos que a incidência da luz nos recorda...
Um belíssimo poema, Jaime.
Uma semana boa.
Um beijo.

segunda-feira, 29 agosto, 2016  
Blogger Boop disse...

Já aqui não passava há muito.
Foi bom voltar a ver-te

quinta-feira, 01 setembro, 2016  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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